terça-feira, 21 de julho de 2015

O resto de nós.

Uma criança perdida no escuro. Talvez não tão criança. Talvez não tão perdida. Talvez não tão escuro. Apenas um fim de tarde chuvoso. 

Uma pena, lindas cicatrizes em veias críticas.  Às vezes música nos diz mais que tudo. Nesse fim de tarde chuvoso, não consigo ver o céu. 

De dentro desse quarto, a cama fica longe demais da janela para ver o céu. Minha casa se resume a uma cama na maior parte do dia. 

Sinto uma dor familiar. Aquele aperto na garganta de quando se quer chorar e não se consegue... 

Pergunto-me se sou alguém, se eu sumisse hoje alguém se lembraria em dez... Quinze anos? Talvez sim, talvez não. Quem sabe? 

E pela primeira vez em meses sinto falta do beijo frio e acolhedor de uma lâmina contra a minha pele irregular, devido as cicatrizes. Uma pena, linda cicatrizes em veias críticas. 
Acredito que essa seja a definição mais verdadeira de uma viciado, como sentir falta de algo que te faz tão mal?


Acho que não choro de tristeza há semanas, mais de um mês com certeza. E enquanto isso sinto a tristeza se depositar, como um líquido pesado em uma alma um dia leve...

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